Blair: "Não devemos descartar o uso de forças especiais"
"Se necessário, não devemos descartar o uso, em particular, das capacidades das forças especiais", disse o ex-primeiro-ministro britânico, à BBC News.
Os jihadistas do EI, que operam em ambos os países, "matam sem misericórdia e estão preparados para morrer. São uma força fanática. É possível contê-la, possivelmente, através do uso de poder aéreo, mas no final de contas seria necessário ter forças no terreno".
Blair esclareceu, porém, que não está propriamente a pensar no Ocidente. "Não teríamos de ser nós a fazer isso mas talvez os que estão mais próximos deles no terreno e também têm interesse em combatê-los. Mas, no final de contas, nós temos a capacidade para fazer isto".
Questionado sobre a posição do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que recusou até agora o envio de tropas para o terreno para combater o EI, o ex-chefe do Governo britânico esclareceu que terá de haver forças no terreno. "Terão de ser as forças de alguém, podem ser combatentes locais, as forças iraquianas, as forças curdas, por isso digo que, nesta situação, não têm que ser forçosamente forças dos EUA ou do Reino Unido".
No entanto, insiste Blair, referindo-se ao Ocidente, "se necessário, não devemos descartar o uso, em particular, das capacidades das forças especiais". Quando era primeiro-ministro, em 2003 o político trabalhista apoiou a invasão militar do Iraque para derrotar o regime de Saddam Hussein, uma operação liderada pelos EUA do então Presidente George W. Bush.
Obama, por seu lado, tem procurado construir uma coligação internacional que apoie os ataques (até agora apenas aéreos e apenas no Iraque) contra o EI. Hoje,um porta-voz dos jihadistas, identificado como Abu Mohammed al-Adnani, divulgou uma mensagem na qual apela ao ataque contra cidadãos dos países que fazem parte dessa coligação. "Matem os não crentes, quer sejam civis ou militares", disse, na mensagem, que foi citada pela AFP.